Tem gente que ama e não diz. Tem outros que nem amam tanto assim e dizem. Sei que “eu te amo” não é bom dia, algo que você saia por aí distribuindo aleatoriamente mundo a fora. Mas se pelo seu caminho cruzar alguém que te fizer ficar de perna bamba, de mãos geladas e de coração gelatinoso, diga que ama. Não perca a chance. Se não for possível dizer isso olhando nos olhos, escreva. Mande uma carta de próprio punho pelo correio como nos tempos pré internet, costuma funcionar.
Claro que não posso te dizer o que vai acontecer depois, se esse “eu te amo” vai reverberar no peito da vítima, mas uma coisa eu sei: vai valer a pena de qualquer jeito. E sabe por que? Porque na atual vida louca que vivemos, competindo uns com os outros dentro e fora das empresas, nos concursos públicos, no trânsito, acabamos por encher o mundo de palavras horrorosas. E um “eu te amo” jogado assim na cara de alguém não tem como provocar um efeito ruim, mesmo que a recíproca não seja verdadeira. É triste quando não é, eu sei, mas enxugue as lágrimas e pense que ao menos você fez a sua parte e foi capaz de expressar um sentimento tão nobre que por medo você costuma sufocar aí na garganta.
Vai fundo, se joga, do chão você não vai passar, isso eu garanto. Diga eu te amo. E depois me conta o que ouviu de volta.
Por Menina de Ar