A internet é um fator determinante na reformulação da opinião pública, bem como no modo como as pessoas se relacionam, compartilham conhecimento, informação e adaptam rotinas costumeiras a partir de funções disponibilizadas através da web.
Nesse último quesito entram apps como Instagram e Foursquare. Quantas vezes você instagramizou aquele cappuccino afrescalhado, ou o sushi com a galera? Duvido que o feijão e arroz de cada dia esteja lá bombando com um X-Pro II. Outro fato costumeiro que eu aposto que vocês cometem quase que diariamente é deixar a comida esfriar ou a cerveja esquentar enquanto faz check-in. Acertei? Eu admito, always.
Pensando em coisas desse tipo eu me perguntei quantas vezes nós, instintivamente, já não mudamos um percurso pra fazer mais check-ins ou garantir uma prefeitura? Quantas vezes foi o Foursquare quem decidiu onde seria o almoço, jantar ou happy hour e não a nossa vontade própria? Quantas vezes a gente, ao invés de tomar um expresso, pediu um motherfucker hipster mocaccino ou ao invés de ir comer pizza foi comer peixinho cru, ao invés de tomar cerveja pediu clericot? O que eu quero? Likes! Status! Agregar valor às minhas redes sociais e, ingenuamente, acredito que com isso também agrego valor à minha vida real. Bullshit!
O maior problema nem é essa mediocridade social que se generaliza radicalmente entre a sociedade internauta. A grande questão é que se perguntarmos às pessoas se isso acontece, se o Instagram ou Foursquare exerce algum tipo de influência na vida delas, a afirmação predominante vai ser a negativa – porque é tão comum quanto esfregar os olhos ao acordar. A internet e seus recursos estão virando instinto, tanto que os bebês praticamente já nascem se comunicando através de um iPad. É natural, é comum, é aceitável e beira a insanidade quando a gente começa a perceber.
Que tal pensarem um pouquinho sobre isso e analisarem um dia que seja a sua relação com o seu smartphone? Acho válido, dygno e saudável! #ficadica
Por Paula Moran