Todo mundo tem fases em que as coisas não vão bem. Ou vão, mas sabe como a gente funciona, né? Na nossa cabeça, tudo estressa, dá errado, tou feia, minhas roupas estão apertadas e o mundo está conspirando contra mim – mimimi.
Mas todo mundo também tem alguma coisa, uma coisinha de nada, que seja, que remete a uma sensação boa, a alguma época em que tudo dava certo, em que você se senta bem consigo mesmo. E, muito provavelmente, você não tem feito isso ultimamente.
Não venha me dizer “ah, na época em que eu não trabalhava eu era mais feliz”, porque hoje você tem contas a pagar e essa não é uma opção – e porque não estamos falando do que você não fazia, e sim do que fazia ativamentepara se sentir bem. Também não venha me falar “ah, eu cheirava” ou “eu bebia toda noite” porque, bem, eu e você sabemos que essresses são artifícios muito eficazes para produzir uma sensação momentânea de bem estar, mas no dia seguinte os problemas são os mesmos.
Eu quero que você vá além. Você tinha uma brincadeira preferida. Você desenhava mais. Você se sentia bem toda vez que ia à praia, que andava descalço, que fazia trilha. Um cafuné era mais do que suficiente pra te acalmar. Vamos lá, lembre-se do seu estado mais puro de bem estar (não o bem estar induzido por químicos. Tou falando daquele bem estar que você tirava dedentro de você).
Lembrou?
O que era?
E o que te impede de fazer isso hoje?
Não precisa ser agora. Pode sser quando chegar em casa. Pode ser no fim de semana. Mas faça.
Quando me sinto acuada pelo mundo, arrumo um tempo pra desenhar. Quando me vejo perto de esquecer que sou um mulherão, pego meu bambolê e rodopio como se não houvesse amanhã – e como se essa sensação chata não existisse. E, como que por milagre, ela realmente deixa de existir.
Porque fazer arte, porque dançar em círculo com meu campo de força particular, isso tudo me coloca em contato comigo mesma. E eu, por baixo de todas as neuroses e couraças que construí ao longo de 36 anos de existência, sou um ser… sem neuroses e sem couraças.
Você também é, posso apostar.
Então pense naquilo que te faz genuinamente bem, que te colocar em contato com seu verdadeiro eu. E faça agora, ou até o próximo fim de semana.
Por pelo menos três semanas.
E depois volte aqui pra me contar como você tem se sentido.