Estava eu lendo Martha Medeiros, sim, eu leio Martha Medeiros, por mais que a critiquem por sempre falar o mesmo do mesmo e até de ser culpada por alguns erros ortográficos e mais mil mimimis de gente metida a cult que só lê Conan Doyle, pois bem… Eu leio os dois, três, vinte e cinco mil autores se possível. Não é burrice, nem coisa de mulherzinha é o dito “ecleticismo” parece religião, mas é só um jeito de apreciar de tudo um pouco, um pouco de tudo, todo dia diferente pra rotina não me engolir feito um jacaré faminto.

Enfim, ela versava sobre a capacidade humana de nos sabotarmos. Bem típico, quer ver?

– Tá tudo dando tão certo, algo está errado!

– Ele é tão perfeito, educado, bonito, presente, deve me trair em breve…

– 10 nessa prova? Devo ser boa de chute, embora tenha estudado horrores a minha memória não é das melhores.

– Sobrou dinheiro no fim do mês? Devo ter esquecido de somar alguma conta.

Tipo isso! Com quem nunca aconteceu, que atire um sorvete na minha testa. Somos assim e eu, sinceramente, não entendo porque é tão mais fácil ser pessimista do que aproveitar o próprio otimismo que a vida oferece, de vez em quando, como um presente que grosseiramente rejeitamos.

Eu falo com propriedade porque sou assim, quando as coisas vão mal grito aos quatro ventos sobre quando tudo começará a dar certo e, quando algo de fato dá, eu resmungo ou por faltar alguma coisa, ou por ter dado certo demais. Loucura né? Vou começar a me tratar  com os florais caninos do meu cachorro.

A realidade é que nos acostumamos com as coisas dando errado, mesmo que a nossa vida seja perfeita (no sentido bem figuradinho da palavra, porque por mais que seja boa, perfeita é forçar a barra demais da conta), somos rodeados de pessoas com histórias trágicas de azar, noticiários com vidas sofridas sendo passadas e repassadas periodicamente como filmes na nossa cabeça. Estamos direcionados para acreditar no fracasso, sinto muito em dizer que nos foi dado um treinamento errado. E eu que sempre achei que não fazer sentido fosse bom, fizesse bem. Não faz bem. Essa vida é maluca! Não sabe se fede, cheira, caga ou sai da moita, fode ou sai de cima. Era pra tá em cima.

Fracassar faz parte, mas vencer é o que devemos tornar rotina, uma rotina boa, sem neuras, sem dúvidas sobre o merecimento e leve, tão leve como férias de verão na praia, deitado na rede com aquele vento frio que pede um edredom. Saca?

#ENJOY

 Por Paula Moran