Um ano tem a medida ideal. Semana passada conversava com uma amiga e sobre precisar de um 31 de Dezembro na minha vida. Por mais que os dias sigam da mesma forma, em sua rotina costumeira, que pensemos que o ano começa realmente só em Março depois das férias e do Carnaval, a passagem de um ano para o novo é a renovação das energias, da positividade, da esperança. É poder ter um novo começo. Toda essa renovação e sentimentalismo acaba influenciando tudo que nos rodeia: o fabricante de carros, as religiões, a moda e é claro, a decoração, arquitetura e design.
Hoje trago duas cores dispostas a serem tendência para 2015. Escolhi falar destas duas por acreditar no seu relevante poder, ligação e coerência com a situação atual do planeta. Em relação aos últimos anos, em que as cores tendência eram esverdeadas tendo a esmeralda como partida e os tons de cinza/chumbo, totalmente frias remetendo ao industrial, ao masculino (machismo), as cores que serão apresentadas hoje nos levam à terra, à raiz, ao ‘pé no chão’ e parece fazer com que sejamos mais humanos e calorosos. Nos instiga a olhar para fora, enxergar o próximo de forma mais calorosa e assim, o planeta Terra.
A primeira cor vem de um dos maiores fabricantes de tinta: a Coral, do grupo Akzo Nobel. No final do ano passada ela lançou o anuário Color Futures 2015, como já vem fazendo há mais de 10 anos. Nele, um respeitado grupo de profissionais em design é convidado a analisar e discutir ideias, sentimentos, tendências e acontecimentos recentes e marcantes no mundo, incluindo tendências sociais, econômicas e do design em seu próprio Centro de Estatística Global. Como falava, a cor escolhida traduz o posicionamento mundial (ou pelo menos parte dele) em relação para onde estamos indo.
Caloroso, elegante e, sutilmente sedutor. O Marsala nutri e enriquece nossas mentes, corpos e alma, como cita sua apresentação oficial divulgada pela Pantone. Quando o vejo, me remete muito à Londres. . Ele consegue abraçar, acolher. É um tom bastante elegante e pode ser usado em qualquer parede, em qualquer ambiente e peça do mobiliário.
Ambas, podem vir à conferir opressão se usada em excesso e em ambientes pequenos. Estamos acostumados a ver ambientes incríveis e ousados em revistas, mas na hora de pintarmos uma parede em casa ficamos com medo. Se pergunte: você moraria ali? Se você só vai pra casa para tomar banho e dormir, e bem provável que essa questão não seja tão importante pra você. Seu desgaste junto à cor não será tão precoce em relação a alguém que trabalhe em casa e em poucos meses não poderá mais ver aquela parede pintada com um destes tons. Sempre digo: quer começar mas esta com receio? Comece aos poucos: almofadas, cortinas e aquela parede. Enjoou? Não te identificou? Retire as almofadas e pinte a parede.
Realismo Capitalista
