Trocadilhos à parte, ultimamente as cervejas artesanais têm estado muito presentes na rotina do brasileiro fazendo crescer um novo costume: o de apreciar cervejas sofisticadamente.
E independente de gostar, venho procurando entender as razões para tal, o que motivou esse movimento, o mercado que criou a necessidade? O consumidor que demandou? É influência de quem? Na minha busca por responder essas questões tão cheias de sabores e aromas levantei alguns pontos que, pesquisas não comprovam e experimentos não justificam, são apenas insights que podem ser relacionados com a onda da cerveja gourmet, ou não, vai depender do ponto de vista.
O primeiro fator é a ascensão da classe C. Sim, acredito. Com a oferta de crédito e consequentemente o aumento da renda das classes C e B, presenciamos também uma vontade de saber mais sobre produtos que antes não cabiam no orçamento, nasce o desejo e a realização de experimentar o que anteriormente era restrito a poucos e agora cabe na conta bancária, produtos que vão desde carros, eletrônicos, programas de lazer e por que não cervejas mais caras?
Com o fato de o brasileiro estar investindo mais em novos consumos, o mercado pode ter incentivado uma aspiração, a de se incluir no círculo que compra e ingere cervejas mais requintadas. Confesso que de cabeça não lembro de grandes campanhas na TV focando em bebidas mais aprimoradas, mas vejo todo dia novos sites, comunidades, lojas online e físicas com o propósito apenas de vender cervejas especiais.
E por fim, falando no digital, em que a sede de compartilhar é, muitas vezes, maior do que beber aquele copo, a ida em um bar fica muito mais legal quando vira foto no Facebook com uma ~ceva cool~ na mesa. Em uma busca rápida no Instagram por #beer me deparei com 12,9 milhões de imagens (sim, quase 13 MM!) e pelo menos nas primeiras 100 não vi nenhuma Kaiser. E então, eis o motivo do título deste post.
Porém, como consumidora que sou, espero sinceramente que esse momento não seja passageiro e invoco a abrir a rodada quem nunca se rendeu a uma artesanal ou importada. Cheers!
Por Paola Müller