Ao se falar em pai, muita gente ainda pensa na forte imagem do provedor, aquele que dita as ordens em casa, paga as despesas e delega à mãe a função de referência afetiva na vida das crianças. Conservadorismos à parte, a imagem do pai centrada centrada em uma autoridade relacionada ao capital, tem dado lugar a uma referência cada vez mais afetiva e presente na vida dos filhos. Mesmo não estando corporalmente ligado ao filho como a mãe, ele é aquele que angustiado e esperançoso aguarda, na sala de espera do hospital ou ao lado da esposa com uma câmera na mão e as pernas bambas de emoção, o pequeno ser que mudará toda a sua vida. Sim, um filho transforma o mais machão dos homens em um babão que não se consegue aguentar em pé.
Um desse babões chama-se Junior Barbosa. Pai orgulhoso e apaixonado por seus 4 filhos. Para ele, a paternidade é algo sobrenatural, que faz com que se pense 24 horas no melhor para aquele bebê que vem dependente de cuidados e proteção e que cresce num piscar de olhos. Ser pai é ser testado o tempo todo, no que se refere às suas concepções do que é bom e correto. Ele destaca ainda o conflito que todo pai, principalmente os brasileiros, vivem sabendo que filhos nunca são dos pais “nossos filhos passam pouco tempo conosco. Em contrapartida, estamos sempre com eles.”
Além dessa dimensão afetiva que muitos homens vêm assumindo sem mais tabus, a rotina implementada por mães que também trabalham para assegurar o orçamento da casa e a separação também geram uma nova dinâmica nas famílias. A nova divisão das tarefas domésticas vem impondo mais tempo entre pai e filhos. A separação também é outro fator imprescindível a ser considerado. Para muitos ex-casais, os filhos são a única coisa que os dois continua tendo em comum ou o principal elo que ainda fazem com que o eles mantenham contato. Em muitos casos, o tempo entre o pai e o filho, separado da mãe, é profícuo o suficiente para se criar uma relação particular e não dependente da mulher. Essa nova relação implica uma nova atenção. Como um pai vai conversar sobre menstruação e sexualidade com sua filha? Como lidar com as primeiras paqueras e festas? Como lidar com as escolhas sexuais dos filhos?
Nesse contexto, já é possível encontrar na Internet sites e páginas no Facebook voltados para pais modernos que precisam de informações e ajuda para abordar e melhorar a relação com seus filhos. É percebido ainda cada vez mais a preocupação dos homens em serem pais afetivamente presente na vida de suas crianças. A paternidade, propriamente dita, não se restringe a cifras e pensões, mas a passeios, diversão e respeito construídos com muito diálogo.