Agenor de Miranda Araújo Neto, Cazuza , que ele é um ícone da música brasileira todos sabem. Um artista prodígio, que em apenas nove anos de carreira deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes. Após sua morte, em 7 de junho de 1990 os pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza, no mesmo ano. A Sociedade Viva Cazuza tem como intenção proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer. Legado esse deixado por Cazuza quando em fevereiro de 1989 declarou publicamente que era soropositivo. O álbum Burguesia foi gravado em 1989 com o cantor numa cadeira de rodas e com a voz nitidamente enfraquecida. Em seu túmulo, gravado no tampo de mármore está eternizado o título de seu último grande sucesso, “O Tempo Não Para” e em sua lápide nada consta além de seu famoso codinome. No ano seguinte a sua morte foi lançado o álbum póstumo Por aí.
No mês de outubro, o nome de Cazuza é ainda mais mencionado do que o normal, devido ao aniversário do álbum “Menor Abandonado”, que este ano completa 29 anos de idade. Este é o terceiro álbum da banda Barão Vermelho, impossível não mencionar que é considerado o melhor álbum do Barão, tanto pela crítica especializada quanto pelo público. Foi o último álbum com a formação original, com Cazuza nos vocais, Roberto Frejat na guitarra, Dé Palmeira no baixo, Maurício Barros nos teclados e Guto Goffi na bateria. #quesonho
*Curiosidade sobre o Barão Vermelho: O cantor e compositor Léo Jaime, convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem que se formava no bairro carioca do Rio Comprido não aceitou o convite, mas indicou Cazuza aos vocais. Daqueles ensaios na casa do tecladista Maurício Barros, nasceu o Barão Vermelho.Tributo a Cazuza
Neste ano, 2013, como de costume em grandes festivais de música, Cazuza foi “homenageado” com um tributo em seu nome no Rock in Rio (que de rock não tem nada, só por isso ele já devia estar se revirando no túmulo). Como se não bastasse, as interpretações de Maria Gadú e Paulo Miklos realmente deixaram, e muito, a desejar, o que foi levemente mascarado pela genialidade aplaudida de Ney Matogrosso – que apesar de eu não curtir nem um pouquinho é uma sumidade musical. Esse relevante fiasco teve repercussão na mídia, óbvio, e Lobão, amigo de Cazuza, não poderia deixar passar em branco, além de mencionar o fiasco musical ele defende a verdadeira história do saudoso músico:
“Quero dizer que minha outra preocupação é com a adulteração da biografia de um amigo muito querido, que foi o único cara que me defendia dentro dessa cena artística borocoxô em que habitamos. Tenho certeza absoluta que ele deve estar furioso com esse tipo de estupro biográfico onde somente sua história dentro música popular brasileira é que sai perdendo. Eu estou vivinho e quicando e respondo por todos os meus atos e tenho muita história pela frente. Ele não. E isso é revoltante.” – Lobão, em crítica ao tributo a Cazuza do Rock in Rio 2013
Pra não nos decepcionarmos definitivamente com a música, curtam o show do Cazuza quando o Rock in Rio ainda era respeitável, em 1985:
A história de Cazuza virou filme, livro e é está eternizada até hoje não só pelo seu talento nato musicalmente e poeticamente falando, mas através das mãos de sua mãe, Lucinha Araújo, que leva o nome do filho e seus ensinamentos a todos os cantinhos do mundo através da Sociedade Viva Cazuza.
Durante a curta carreira Cazuza angariou muitas conquistas, tanto na banda Barão Vermelho, quanto em carreira solo, espia só:
A venda de álbuns de Cazuza praticamente dobrou após sua morte, chegando a um total de 5 milhões de discos em seus 9 anos de carreira. Ideologia e O Tempo Não Para chegaram à marca de 1 milhão de discos vendidos no mesmo ano da morte do cantor.
Rita Lee declarou tempos atrás quando ainda era viciada em twitter (se não me engano), uma frase que representa muita a história de Cazuza e dos nossos venerados músicos, mais ou menos assim ó: “Não tenho o que reclamar do meu corpinho, tá muito bem pra toda drogadição por que passou”. Genialidade demais que chega a pirar? Vai saber… Resta aproveitarmos enquanto eles ainda estão aqui produzindo e depois seguir curtindo o valioso tesouro que nos deixaram. #oremos que pelo menos a Rita ainda dure mais uns bons anos!
Por Paula Moran