Quantas pessoas você conhece que trabalham muito bem sem a necessidade de um diploma? Em compensação, quantas tantas outras trabalham melhor ainda por ter o dito cujo? Não poderíamos deixar de mencionar, ainda, as que trabalham como loucas para ter o tal. Afinal, qual a necessidade real do diploma e o desejo de tê-lo é mesmo nosso ou é de outrem?
Aí você tá lá, lindo ou linda na festa de formatura do terceirão, bebendo o que enxerga e o que não enxerga pela frente agradecendo que finalmente se livrou das aulas de química, da professora bruxa de matemática e da velha de história, sim porque geralmente eram velhas, nunca entendi se era pra ser piada ou pra acompanhar aquelas infinitas linhas históricas delas, enfim! Acabou! Acabaram os piores anos da sua vida, as espinhas, os foras, as recuperações. Enquanto você tá ali, bêbado, digo, delirante, vem alguém – provavelmente um tio avô e diz: e agora, meu querido, a próxima formatura é levantando um diploma!
PÁRA TUDO e vamos analisar as reações possíveis:
- Reação óbvia, você vomita nele porque quis fazer isso desde a sua festinha de um ano que foi quando ele começou a apertar as suas bochechas e gritar pro mundo como você cresceu;
- Você chora de emoção e sonha com a sua formatura em medicina e seu pulinho épico em câmera lenta erguendo um diploma iluminado que ofusca a plateia;
- Você nem pensa, ainda falta muito e, afinal não é nenhum bicho de sete cabeças;
- Você fica branco, congela e pensa: putz, fudeu!
É meu amigo, a nossa vida de colégio há 159 mil anos atrás era muito boa sim, e a gente só se dá conta disso depois que acaba, como todo mundo dizia, blá blá blá, mas não é esse o caso! O caso é: a maioria de nós acaba indo pra faculdade e finalmente se formando, mas por quê? Eu acredito em três hipóteses (constatadas a partir de 5 anos de academia e do meu não tempo livre observando pessoas) e quero que no final da matéria vocês admitam em qual se enquadram, ok, juram juradinho? Tá bem!
Pressão familiar: Nesse caso muitos podem até entrar no curso achando que querem mesmo aquilo pro resto da vida, se sujando de ovo, peixe podre, xixi, tinta e até fazendo aquelas dancinhas escrotas de trote (mea culpa) no primeiro dia de aula. Mas depois do primeiro semestre, do primeiro estágio, dos primeiros exames, do primeiro ano, seguinte, o cara quer sair dali correndo e nunca mais ver nem a biografia daquele maldito curso na frente dele. Aí surge a velha história de não decepcionar a família, de terem apostado em nós, de quereres ser querido, já que tá ali vai e bum, tcc, diploma, formatura, porre, todo mundo feliz, menos nós ou até nós, sejamos positivos!
Pressão da sociedade: Preciso de um diploma! Simples assim. Que que eu vou fazer? Alguma coisa fácil. Alguma coisa que eu goste. Alguma coisa que dê dinheiro. Alguma coisa que seja “herança de família”. Geralmente vão-se eliminando opções, nos formamos e viramos servidores públicos montados na grana – ou não.
Vocação: Sabe quando a gente tem um dom desde pequeninho? Eu não sei, na verdade. Mas tem gente que tem sorte. Tipo mestre em cálculo? Tipo desenhar obras de arte na parede, costurar roupinhas de Barbie, maquiar as amigas, catar sapo na valeta e operar que é uma beleza, cozinhar, consertar o carro do pai ou construir megalópoles no lego? Pronto, tais feito na vida. Aí é só escolher o curso que se encaixa melhor e ir, se teu cérebro der uma ajudinha pra passar no vestiba, agora o tal do Enem ou se a família for abonadinha e puder pagar uma particular então, iiiih, belezura pura! Diploma cinco estrelas! #fatality
Dentre essas tem quem tire o diploma e ainda não faça nada com ele, deixe na gaveta e escolha fazer algo completamente diferente. Na verdade, o que eu queria dizer mesmo era que apesar de muito nos forçarem a juntar papéis a vida toda para sermos socialmente aceitáveis, o que importa mesmo é que saibamos impor nossas capacidades, caso elas existam, perante o mercado de trabalho. Nunca deixarmos de desenvolvê-las, ainda mais agora que dá pra aprimorar nossas habilidades, seja em qual área for, seja como for, a cada segundo. Aprimorem-se, sejam curiosos e abusem da vida e de vocês mesmos. Não se limitem a certificados, mas certifiquem-se de que são, apesar de tudo, extremamente bons no que fazem! #bora 😉