Adbusters ou Media Foundation é uma organização sem fins lucrativos que luta contra o capitalismo e o consumismo desenfreado, fundada em 1989 e de pé até hoje. Vamos tentar entender um pouco como isso tudo funciona e se realmente é possível viver de encontro ao que a globalização nos “enfia goela abaixo”.
“Espero pelo dia em que árabes e americanos, latinos e escandinavos estarão mastigando nossos biscoitos com tanto entusiasmo quanto eles bebem cola-cola e escovam os dentes com colgate”, presidente da Nabisco.
Fundada por Kalle Lasn e Bill Schmalz em Vancouver, Canadá, a organização anticonsumista é descrita por eles como “uma rede global de artistas, ativistas, escritores, estudantes, educadores e empresários que querem desenvolver um novo movimento ativista social da era da informação”. Fazendo críticas pesadas ao lifestyle contemporâneo que presa pelo consumismo e atrai-se muito mais pelo ter do que pelo ser, a Adbusters luta contra a manipulação midiática que nos impõe o que comer, o que beber, para onde viajar, que corpo ter, quais roupas vestir, que aparelho eletrônico possuir e qual carro dirigir. Uma vida inteira baseada em mentiras socialmente impostas e desejadas por uma sociedade que há muito tempo perdeu a capacidade de questionar e, na maioria das vezes, se deixa apenas induzir.
Em seus artigos, ensaios fotográficos e “subvertisements”, anúncios anti-publicidade, muitas vezes paródia de propagandas famosas, eles denunciam com muito senso de humor as grandes corporações como Coca-Cola, Philip Morris, Nike, McDonald’s e Calvin Klein. “Nossas emoções, personalidades e valores afetivos estão sob influência da mídia e de forças culturais muito complexas”, afirma Kalle Lasn, 58 anos.
A fundação Adbusters tem um site e uma revista ativista mantida pelos leitores, com uma tiragem de 120.000 cópias, voltada exclusivamente a causas políticas e sociais, muitas da quais são de natureza anti-consumistas. Adbusters também lançou diversas campanhas de publicidade social internacionais como: Buy Nothing Day (propõe que as pessoas não comprem nada, nem mesmo um chiclete, durante 24 horas) e TV Turnoff Week (desafia as pessoas a passar uma semana inteira sem ver TV para que elas leiam mais e questionem seus hábitos de lazer). Além disso, a organização possui afiliação com organizações irmãs tais como L’association Résistance à l’Aggression Publicitaire na França, Adbusters Norge na Noruega, Adbusters Sverige na Suécia e Culture Jammers no Japão.
“Nós vemos o mundo ocidental corporativo como disfuncional. Queremos desmembrar as corporações e desenvolver uma nova cultura de mídia, cujo coração e alma não sejam comerciais”, Allan MacDonald.
Embora saibamos que é muito contraditória essa ideia de viver sem consumo e ainda assim viver, Allan MacDonald, 35 anos, responsável pela estratégia de comunicação da Adbusters explica essa dicotômica ideia de vida afirmando que “o que defendemos é a ideia de consumo sustentável, porque o planeta não consegue mais suportar esse compre, compre, compre que a mídia incentiva”.
Confira algumas campanhas da ADBUSTERS
Confira agora um trecho do aritgo de Kalle Lasn, fundador da Adbusters, extraído do livro Culture Jam – The Uncooling Of America™ (Editora Harper Collins, 1999).
“O texto que você está lendo carrega uma mensagem da qual seu primeiro instinto vai desconfiar. A mensagem é: nós podemos mudar o mundo. É arriscado nestes dias fazer uma promessa dessas, porque soa como um daqueles clichês sem sentido tipo “querer é poder” e “uma longa viagem começa com um pequeno passo”. Mas é verdade. Estamos falando sério. Nós nos chamamos de “misturadores de cultura”. Somos uma rede global de ativistas de mídia e nos vemos como o avanço das tropas de choque do mais importante movimento social dos próximos vinte anos. Nosso objetivo é fazer ruir as estruturas de poder existentes e forjar ajustes maiores no jeito como viveremos no século 21. Acreditamos que a “geléia cultural” se tornará, em nossa era, o que a luta pelos direitos civis foi nos anos 60, o que o feminismo foi nos 70, o que os ecologistas fizeram nos anos 80. Isso vai alterar o jeito como vivemos e pensamos. (…)
A Terra não pode mais suportar o estilo de vida do consumidor norte-americano. Nós compramos, desperdiçamos e devoramos tantas coisas, tão rápido e tão insolentemente que agora estamos perto de pagar por isso. O “progresso” econômico está matando o planeta. (…)”
E analisando, especialmente, o Brasil. Pare e pense por um segundo como você organiza sua estratégia de consumo, se é que ela existe, como você está incluso no sistema capitalista e o quanto a mídia influencia no seu dia-a-dia e faz com que você e eu nos tornemos devastadores do nosso próprio planeta, do nosso próprio país. #NoMOODconscientização.
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Por Paula Moran